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Mostrando postagens de dezembro, 2018

Ridendo Castigat Mores

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Ela empinou pra lá a bunda, pedindo a ele que esfregasse mais para baixo, um pouco mais distante das costas, porque ali a massagem era boa, muito boa, só não melhor do que nas virilhas e nos pés, mas ganhando inclusive das mãos. E assim os dedos iam satisfeitos, úmidos de Paixão, como acontecia toda terça e domingo, que eram os dias em que a mãe dele ia à igreja e o deixava com a vizinha, “Ai, minha filha, são os dias favoritos dele na semana”, a velha repetia toda vez que o entregava na porta ao lado, agradecendo pela disponibilidade e prometendo fazer uns doces, assar uns bolos, apresentar o nome da mulher em oração. O menino tinha já mais de vinte e poucos anos e permanecia menino por causa da cabeça, explicava a mãe, que não crescia nunca em maturidade; era um inocente no meio de lobos devoradores, com uns olhões gentis e, no começo, muito desconfiados também. Detestava o padre e a lenga-lenga das rezas e, à menor vista do homem santo, gritava feito um condenado em pleno supl