Já não sei o que fazer com este desejo que me consome

 

Já não sei o que fazer com este desejo que me consome. Hoje estive insuportavelmente excitada durante o inteiro expediente, lembrando-me toda hora da tua mensagem enviada em uma frase orientada no futuro do presente e concentrada em três verbos: vou te comer, chupar o teu biquinho e te dar muito leitinho. Subi no ônibus sentindo a calcinha encharcada e as pernas tensas, apertadas como o diminutivo das tuas palavras e como que pronta para me jogar sobre qualquer superfície e nela ser penetrada e sugada com força até que meu corpo seja dissolvido em fogo, transformando-se nas cinzas mais puras. Tenho certeza de que meu olhar está perdido. Debaixo dele, parece que vejo teu rosto muito de perto, o contorno da tua boca úmida, pequena, envolta dos pelos grisalhos da tua barba malfeita, imediatamente banhada dos aromas da minha buceta quente e desesperada. Abro tua foto no aplicativo de mensagens e confirmo: quero morar na tua boca, sentar-me sobre ela como uma rainha entronada cujo quadril pouco descansa da dança favorita, e, quando o faz, insiste no deitar-se gozoso de quem é adorado com massagens e banhos de língua. Volto a olhar através das coisas, o ônibus sacudindo meu corpo e os caminhos dos seus calores, subindo e descendo pelas pernas, entrando pela buceta, queimando-a em direção aos seios, os biquinhos endurecidos, prontos, ao alcance das mãos também calorosas dos ardores que nunca interrompem o seu percurso. Tenho pensamentos irresponsáveis, decido me masturbar no banheiro do trabalho, talvez use algum brinquedo, não suporto mais, a tua imagem sobrepondo-se a todas as outras, dos gráficos e das planilhas, na reunião imaginei o jeito como você me olha desde o meu baixo-ventre, minhas pernas apertando a sua cabeça e as hastes dos seus óculos de grau, eu não sei o que você está fazendo, mas, por favor, não pare, eu tinha vinte e poucos anos quando descobri que ser chupada era a melhor coisa de todo o universo e eu sei, é preciso que fique sempre melhor, cada vez melhor, não aceito menos do que a melhor chupada, você prende o meu clitóris com os lábios e o aspira para si, meu Deus!, suspiro e abro outra vez o aplicativo de mensagens, preciso ser chupada e depois foder com muita força. Quero encontrar teus olhos no espelho enquanto você me come, tuas mãos apertando a minha bunda e a tua cara de fome, lembra quando eu me abaixei, juntei as pernas e pareceu que você estava fodendo um grande coração? Depois vou te chupar até tirar leite de você, quente como o meu sangue e misturado ao meu próprio gosto, massageando a tua glande com a minha língua molhada, a boca cheia de água, de tanto desejo, eu te amo, te digo, para que o teu corpo decodifique essa declaração e exploda em gozo na minha boca, goza no pau do teu homem, você tinha sussurrado, goza na boca da tua mulher, eu pensei, quando o ônibus parar eu vou correr até o chuveiro de casa, ficar bem cheirosa e pronta, secar os cabelos compridos e te esperar ao lado de todos os meus espelhos, essas testemunhas dos nossos sacrifícios úmidos e indizíveis.